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09/11

Sociedade Brasileira de Pediatria lança campanha.

 
Durante o 37º Congresso Brasileiro de Pediatria, no Riocentro, evento organizado pela Sociedade Brasileira de Pediatria (SBP), os pediatras foram convidados a se engajar na campanha “Receite um livro”, uma iniciativa da entidade médica em parceria com outras organizações sociais. O objetivo é estimular o aumento das conexões cerebrais das crianças por meio da leitura, que pode ser feita pelos pais ou por pessoas próximas. Esta recomendação médica já é uma tendência no exterior e começa agora a ser difundida no Brasil.
 
 “A campanha tem o mérito de despertar os pediatras e a sociedade para a importância do tema. Mas, assim como em muitas ações de saúde, precisamos mais do que uma campanha, que tem caráter sazonal e passageiro. Precisamos que a recomendação seja incorporada à prática pediátrica e que todas as crianças possam ter acesso aos benefícios da leitura”, afirma o pediatra e homeopata Moises Chencinski.
 
 Desenvolvimento do cérebro infantil
 
Há quase meio século, a observação científica dos recém-nascidos e das crianças pequenas levou à conclusão de que o desenvolvimento do cérebro não é apenas rápido e extenso no início da vida, mas que é altamente sensível aos cuidados e estímulos que os pais e outros fornecem. Com o advento posterior da tecnologia da imagem cerebral, esses achados finalmente começaram a atrair a atenção dos formuladores de políticas públicas, em meados dos anos 1990.
 
“No entanto, apenas começamos a considerar seriamente essas descobertas no desenvolvimento infantil. Ainda pode ser uma surpresa ou uma novidade para alguns que a leitura para bebês, nos primeiros seis meses de vida, contribui para o desenvolvimento do cérebro e do sucesso escolar posterior”, diz o pediatra.
 
Embora a leitura possa ser uma força poderosa para o desenvolvimento inicial do cérebro, a natureza das conversas entre pais e bebês, durante a leitura e durante outras interações importa tanto quanto o próprio ato de ler. Mesmo nas primeiras semanas de vida, pais e crianças, no momento da leitura, estão exercitando características extremamente sutis de vocalizações, gestos e expressões faciais. Estas são as interações que estimulam o desenvolvimento inicial do cérebro.
 
“Os bebês têm períodos curtos de atenção, são facilmente distraídos, por isso a leitura inicial deve ser de textos curtos. Porque o mais importante é o prazer que eles sentem em ouvir a leitura, observar o contador e suas expressões faciais e apontar para as imagens da página, o que também serve de recompensa para os pais, pois reforça e perpetua este tempo de aprender juntos”, explica Moises Chencinski.
Fonte: IGospel